quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Origens da Milícia Bandeirante

O Brasil enfrentava, em 1831, vários problemas políticos. Solução: mais policiamento nas ruas. Quando, a 5 de julho daquele ano, o padre Diogo Antonio Feijó assumiu o Ministério da Justiça, havia de um lado os liberais que clamavam pela República e os restauradores, partidários da volta do Brasil à coroa de Portugal. Nos quartéis, campeavam motins. Diante da situação, o novo ministro resolveu criar a Guarda Municipal Permanente, uma polícia uniformizada e militarizada. Na mesma ocasião, foi também dada autorização às províncias para que criassem corporações semelhantes.

Em São Paulo, o presidente da província, Rafael Tobias de Aguiar, instituiu a Guarda Municipal Permanente em 15 de dezembro de 1831, do que surgiria a atual Polícia Militar. Chamada posteriormente de Corpo Policial Permanente, a nova corporação compunha-se de duas companhias de infantaria e uma seção de cavalaria. Em 1848, um regulamento estende as atividades do Corpo Policial para outras cidades, com a sua presença, em 1864, já em 50 municípios, além da Capital

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Hinos e Brados: Hino-Marcha da Força Pública


"Para a frente! Paulistas!...Cantando a marchar e marchar cantando:O Hino-Marcha do Sargento B. João Pedroso da Força Pública do Estado de São Paulo"


A tradicional Força Pública do Estado, proveniente da Guarda Municipal Permanente (1831) e do Corpo Policial Permanente, foi assim denominada por lei de 24 de novembro de 1891. A participação da Banda da Força Pública nas datas comemorativas da cidade e do Estado sempre foi relevante.
Laura Della Mônica, que se dedicou à história dessa instituição, assim se refere à participação da banda na Revolução:
"1932: São Paulo, pela sua Força Pública, com o apoio da 2a. Região Militar e de toda a população do Estado, levanta-se contra o Chefe do Governo Provisório. A Banda de Música também engajou-se no movimento. Acompanhava, diariamente, as unidades regulares ou voluntários que partiam para as frentes de combate dos seus aquartelamentos até as estações ferroviárias, cadenciando-lhes o passo com marchas e canções vibrantes. Durante os três meses de campanha, os instrumentos ficaram mudos, para concertos." (História da Banda de Música da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2a. ed., São Paulo, 1975, pág. 74)
Publicado pela Edição Triângulo (Irmãos Vitale, Cat. 2.015), o "Hymno-Marcha: Para a frente! Paulistas!..." do Sargento B. João Pedroso, da Força Pública do Estado de São Paulo, é, sem dúvida, uma das peças do hinário paulista de maior efeito. Uma de suas principais características é a imitação de tambor que antecede a entrada do canto e que é retomada, por este, no intermédio da peça e no seu final:
"Rataplan, Rataplan, Rataplan, Faz o tambor, Rataplan, Rataplan, Rataplan, Com mais vigor São Paulo!". O compasso 6/8, ao contrário da maioria dos hinos de São Paulo, empresta à peça um caráter por assim dizer amável e convidativo, amenizando o imperativo do texto: "Para frente Paulistas, / valorosos Bandeirantes, / Que dos tempos passados, tem conquistas / E feitos brilhantes / Marchemos, altaneiros, / Sempre a cantar, com fé / Mirando sonhos fagueiros / Cantando a marchar / Para frente avançando / Oh Emulos de heroes, / Sempre cantando, com ardor / Um ponto marcando, / Em Nossa História, / Marchemos contentes, com valor."
A capa, nas cores nacionais, trazendo o retrato do compositor, é ilustrada com uma bandeira de 9 faixas (5 pretas e 4 brancas), em lugar das atuais 13, tendo no retângulo superior esquerdo, branco, não em círculo, mapa irreconhecível ladeado por quatro estrelas. Essa representação da bandeira paulista é de interesse para o estudo do repertório simbólico do Estado, pois denota não estar ainda totalmente fixa nas suas características. Recorde-se que a bandeira de São Paulo, concebida pelo republicano Júlio Ribeiro (1845-1890), foi projetada para ser a bandeira do Brasil. Sendo usada como bandeira escolar em São Paulo, foi "na fase pouco anterior ao Movimento Constitucionalista de 32, durante e após esse período agitado (...) que acabou cristalizando-se como autêntico símbolo da terra e do povo paulista, batizada pelo consenso geral e crismada no fragor das atividades bélicas que marcaram quase todas as fronteiras bandeirantes, por essa ocasião" (Hilton Federici, Símbolos Paulistas: Estudo Histórico-Heráldico, São Paulo, 1980, 25-26). O Hino-Marcha foi gravado em disco (Arte Phone N. 4111).

domingo, 13 de setembro de 2009

GALERIA HERÓIS: ALBERTO MENDES JÚNIOR


Cabe lembrar que o herói-símbolo desta Instituição é o Capitão PM Alberto Mendes Júnior, que, diante do nefasto, não titubeou em dar a sua vida para proteger a sua tropa. Perfilados diante da dignidade, nós, Policiais Militares do Estado de São Paulo, saímos fortalecidos do episódio e gratos a todos os que, sensivelmente, reconhecem que aqueles que juraram, e cumprem diariamente esse juramento, de doar a própria vida em prol da sociedade que servem, merecem o respeito e o prestígio que se reserva aos heróis.

RAFAEL TOBIAS DE AGUIAR (1794-1857)


Filho de Antônio Francisco de Aguiar e de Gertrudes Eufrosina Aires, nasceu numa família de fazendeiros, e iniciou seus estudos em São Paulo.
Entrou na vida pública em
1821, representante da comarca de Itu para a escolha dos deputados brasileiros às Cortes Gerais e Constituintes de Lisboa. Um dos líderes liberais da primeira metade do século XIX, elegeu-se conselheiro do governo provincial em 1827 e deputado provincial e geral em numerosas legislaturas, até ser escolhido presidente da Província de São Paulo por duas vezes, de 17 de novembro de 1831 a 11 de maio de 1835 e de 6 de agosto de 1840 a 15 de julho de 1841. Entre seus amigos figurava outro liberal famoso, o Padre Diogo Antônio Feijó, de quem foi colega de escola.
Em virtude de sua administração, quando aplicou até mesmo seu salário em escolas, obras públicas e de caridade, recebeu o posto de Brigadeiro Honorário do império.

Em
1842, comandou a Revolução Liberal juntamente com o padre Diogo Antônio Feijó para combater a ascensão dos conservadores durante o início do reinado de Dom Pedro II.
Em 17 de maio de 1842, é proclamado pelos rebeldes presidente interino em
Sorocaba, que foi declarada capital provisória da Província pelos revolucionários. Foi ele quem se encarregou de reunir a chamada Coluna Libertadora, com 1.500 homens, com a qual tentou invadir São Paulo para depor o presidente da Província, o Barão de Monte Alegre.
Antes da batalha, casou-se com Domitila de Castro Canto e Melo, a
marquesa de Santos, ex-amante de Dom Pedro I e com quem já tinha seis filhos.
Foi derrotado pelas forças imperiais e tentou a fuga para o
Rio Grande do Sul, para juntar-se ao rebelados da Guerra dos Farrapos, mas foi preso em Palmeira das Missões e levado para a Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro. Foi anistiado e saiu da prisão em 1844, retornou a São Paulo, onde foi recebido perto da capital por uma grande massa popular.

Atualmente é considerado o patrono da Polícia Militar de São Paulo e seu nome figura no 1º Batalhão de Polícia de Choque - "Tobias de Aguiar", unidade de elite da Polícia Militar do Estado de São Paulo sendo o batalhão mais conhecido pela sua modalidade de patrulhamento tático, a famosa "ROTA" (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).