"Para a frente! Paulistas!...Cantando a marchar e marchar cantando:O Hino-Marcha do Sargento B. João Pedroso da Força Pública do Estado de São Paulo"
A tradicional Força Pública do Estado, proveniente da Guarda Municipal Permanente (1831) e do Corpo Policial Permanente, foi assim denominada por lei de 24 de novembro de 1891. A participação da Banda da Força Pública nas datas comemorativas da cidade e do Estado sempre foi relevante.
Laura Della Mônica, que se dedicou à história dessa instituição, assim se refere à participação da banda na Revolução:
"1932: São Paulo, pela sua Força Pública, com o apoio da 2a. Região Militar e de toda a população do Estado, levanta-se contra o Chefe do Governo Provisório. A Banda de Música também engajou-se no movimento. Acompanhava, diariamente, as unidades regulares ou voluntários que partiam para as frentes de combate dos seus aquartelamentos até as estações ferroviárias, cadenciando-lhes

Publicado pela Edição Triângulo (Irmãos Vitale, Cat. 2.015), o "Hymno-Marcha: Para a frente! Paulistas!..." do Sargento B. João Pedroso, da Força Pública do Estado de São Paulo, é, sem dúvida, uma das peças do hinário paulista de maior efeito. Uma de suas principais características é a imitação de tambor que antecede a entrada do canto e que é retomada, por este, no intermédio da peça e no seu final:
"Rataplan, Rataplan, Rataplan, Faz o tambor, Rataplan, Rataplan, Rataplan, Com mais vigor São Paulo!". O compasso 6/8, ao contrário da maioria dos hinos de São Paulo, empresta à peça um caráter por assim dizer amável e convidativo, amenizando o imperativo do texto: "Para frente Paulistas, / valorosos Bandeirantes, / Que dos tempos passados, tem conquistas / E feitos brilhantes / Marchemos, altaneiros, / Sempre a cantar, com fé / Mirando sonhos fagueiros / Cantando a marchar / Para frente avançando / Oh Emulos de heroes, / Sempre cantando, com ardor / Um ponto marcando, / Em Nossa História, / Marchemos contentes, com valor."
A capa, nas cores nacionais, trazendo o retrato do compositor, é ilustrada com uma bandeira de 9 faixas (5 pretas e 4 brancas), em lugar das atuais 13, tendo no retângulo superior esquerdo, branco, não em círculo, mapa irreconhecível ladeado por quatro estrelas. Essa representação da bandeira paulista é de interesse para o estudo do repertório simbólico do Estado, pois denota não estar ainda totalmente fixa nas suas características. Recorde-se que a bandeira de São Paulo, concebida pelo republicano Júlio Ribeiro (1845-1890), foi projetada para ser a bandeira do Brasil. Sendo usada como bandeira escolar em São Paulo, foi "na fase pouco anterior ao Movimento Constitucionalista de 32, durante e após esse período agitado (...) que acabou cristalizando-se como autêntico símbolo da terra e do povo paulista, batizada pelo consenso

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